quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A Beleza das Cobras

Megaserpentes

As serpentes alcançaram um alto grau evolutivo. Originadas a partir dos répteis com o corpo comprido, reduziram paulatinamente as extremidades até seu desaparecimento total. Em algumas espécies de cobras pode-se observar vestígios de patas traseiras, evidenciando sua origem entre os lagartos. Há 130 milhões de anos, durante o Cretáceo, os atuais continentes formavam um supercontinente que hoje chamamos de Goldwana. As serpentes apareceram no Jurássico. Se distribuíam em toda a Goldwana e provavelmente, originaram-se neste continente.

Quando as placas continentais se romperam e se distanciaram, levaram consigo exemplares de ofídios que continuaram evolucionando isoladamente dando origem a inúmeras espécies. Hoje são conhecidas mais de 2.400 espécies de ofídios distribuídas em todos os continentes, exceto na Antártida.

Clique na foto para ampliar Há milhões de anos, as serpentes gigantes da Patagônia foram as ancestrais das anacondas atuais, e pitóns. O paleontólogo argentino Florentino Ameghino, mencionava em 1906 a presença de fósseis de Ophidiens em sedimentos terciários patagônicos com uma antigüidade estimada em 50 milhões de anos.

O Paleontólogo norte-americano George Simpson informou sobre um ofídio fóssil achado em 1931 durante a “Scarrit Patagonian Expedition” denominando Madtsoi bai. Tratava-se de uma coluna descomunal vertebral articulada com suas correspondentes costelas e um comprimento estimado de 10 metros.

Posteriormente foram encontrados na Patagônia ofídios ainda maiores que alcançavam entre 15 e 20 metros. Sua cabeça media uns 70 centímetros de largura, podiam apanhar presas de até um metro de circunferência sendo a maior serpente que já existiu até hoje. Há 15 milhões de anos, a Patagônia começou a esfriar e as serpentes gigantes se extingüiram, prosperando no norte do continente sob condições mais benignas. Também houve descobertas de serpentes gigantes nos depósitos do Eoceno superior de Fayum, Egito e no deserto da Líbia.


Arrasta seu esqueleto
A palavra serpente provém do latim serpere, que signiica arrastar. As serpentes também chamadas ofídios são répteis escamosos cuja característica principal é a mobilidade singular de seus ossos faciais, a forma comprida do corpo e a carência de patas. A cabeça, tronco e pescoço aparecem cobertos de escamas córneas. A parte mais característica do esqueleto das serpentes é o crânio onde o sistema de articulação dos ossos da mandíbula se uniu por um ligamento elástico muito extenso, dando-lhe uma mobilidade extraordinária que permite as serpentes moverem e abrirem a boca em todos os sentidos facilitando a deglutição de presas do tamanho maior que a cabeça propriamente dita. Os dentes das serpentes servem para morder e manter as suas presas mas não são aptos para a mastigação e muito menos para despedaçar, por isso devem engolir suas presas de uma só vez.

O tronco conta com inúmeras vértebras providas de um par de costelas e que de algum modo substituem as patas já que terminam em uma capa muscular conectada aos grandes escudos da região ventral sobre os quais as serpentes se desprendem. O corpo comprido e delgado dos ofídios nunca contêm menos de 100 vértebras e às vezes mais de 500. As serpentes sobem e descem ramos, trepam, nadam e se movimentam com destreza pouco comum graças a excepcional mobilidade de suas costelas e vértebras. Os ofídios possuem uma grande quantidade de músculos já que há tantos músculos intercostais como costelas e um grande número de elos no dorso. São as criaturas mais flexíveis da criação.

Comida para serpentes
As serpentes são carnívoras e se alimentam de uma grande variedade de animais: insetos, aranhas, caracóis, rãs e ratos. As presas que esperam estão sempre em concordância com o tamanho de cada espécie. Algumas se alimentam somente de outras serpentes, outras devoram ovos que são comidos inteiros, mas logo elas quebram a casca e os expulsam, do mesmo modo que eliminam as plumas das aves que devoram vivas. Seus dentes são agudos e estão curvados na parte de trás. Exceto nas espécies venenosas, os dentes são maciços e se modificam periodicamente. Nenhuma serpente está capacitada para despedaçar a presa nem para separar um pedaço de carne de um animal de grande tamanho. A forma que capturam e matam difere de acordo com o grupo que pertencem.

As serpentes que integram o grupo dos boideos incluem as maiores espécies conhecidas e para matar suas presas empregam a constrição. Por isso esperam a sua presa e rapidamente mordem mantendo-a por qualquer parte do corpo. Imediatamente se enrolam ao seu redor formando vários anéis e graças a sua poderosa musculatura, começam a apertá-la com força até provocar a morte por paralisia respiratória ou cardíaca. Quando a presa morre, o ofídio começa a engolir lentamente com a ajuda de seus dentes e pela ação de um jogo complicado de músculos que manejam os ossos das mandíbulas, assim vai arrastando a presa para dentro da garganta, até engolir tudo. A saliva atua como lubrificante ajudando o processo de deglutição. No estômago, poderosos sucos digestivos degradam completamente a vitima. A maior parte destas é engolida facilmente, mas uma presa realmente grande pode levar várias horas. As grandes anacondas podem consumir animais que pesam até 70 quilos, exigindo um esforço considerável.

Veneno letal
Nem todas as cobras são venenosas. As espécies venenosas não devoram presas vivas mas matam primeiro e engolem logo depois. As espécies venenosas desenvolveram aparatos para a produção de veneno e sua inoculação, produzindo e injetando substâncias altamente tóxicas para imobilizar e matar suas presas.

O veneno é uma mistura de proteínas que destroem os tecidos do corpo. A serpente morde para injetar o veneno diretamente na carne da presa pelas feridas causadas com os dentes. A ação do veneno varia consideravelmente de uma espécie para a outra. As espécies venenosas têm dois dentes ocos, similares a uma agulha hipodérmica, que estão situadas na parte dianteira da mandíbula superior. Assim como os demais dentes, eles são substituídos periodicamente e o dente novo cresce antes que o velho caia.

Os diferentes tipos de veneno apresentam variáveis de acordo com a espécie, o que obriga a existência de uma ampla gama de soros específicos para curar os envenenamentos. As serpentes venenosas constituem um perigo para os seres humanos. O número de vítimas é enorme. Para solucionar o tormento das picadas de cobras foram criadas instituições com equipe e pessoal especializado, e um desses centros é o Instituto Butantan no Brasil.

Os venenos são classificados em duas grandes categorias: neurotóxicos, que são os que afetam o sistema nervoso e hemotóxicos, que afetam o sangue. Um aspecto de interesse especial na ação causada pelo veneno das serpentes está na propriedade de iniciar o processo de digestão nos tecidos das vítimas por meio das enzimas, facilitando a posterior digestão.

Recordes viperinos
Normalmente de digestão lenta, uma vez que alimentada pode viver vários meses sem comer, dependendo em parte da temperatura ambiente que ao aumentar acelera o metabolismo.

Uma anaconda verde de 9 metros de comprimento e 225 quilos de peso pode permanecer submersa na água durante mais de 10 minutos. A serpente mais veloz é a mamba negra que pode alcançar 19km por hora.

Atualmente as maiores serpentes são as boideos constritoras. Entre elas destacam-se pelo seu tamanho a anaconda sul-americana (Eunectes Murinus) que pode alcançar os 11 metros e que habita a América do Sul, especialmente em Guiana e nos vales do Rio Orinoco e do Amazonas e a piton reticulada da Índia (Pyton Reticulatus) de até 10 metros de comprimento cuja distribuição geográfica inclui Birmânia, Indochina, Malásia e Filipinas; seguidas pela Pitón africana (Python sebae) e outras que também habitam a América do Sul como a jibóia (Boa Constrictor), a cobra papagaio (Corallus Caninus) que se encontram na Colômbia, Venezuela, Brasil, Equador, Peru, Bolívia e Guiana e a menor (menos do que um metro) a arco-íris (Epicrates Longitus) da Costa Rica até a Argentina.

Entre as venenosas mais letais podemos mencionar a mamba negra (Dendroaspis Polylepis) que com somente duas gotas de seu veneno pode matar um ser humano em 20 minutos, a cobra (Naja Tripudians), áspide (Vipera Aspis), a cobra coral (Micrurus Fulvius), a cobra cascavél (Cortalus Durissus), e a surucucu (Lachesis Muta) ,todas famosas por seu veneno mortífero. A cobra agressiva Ancitrodon Piscivorus também é temida por seu veneno de ação necrose. A jararaca do Amazonas (Bothrops Atrox) das Américas Central e do Sul é responsável pela morte de 2000 pessoas por ano.

Fonte: preceitos.com

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