segunda-feira, 11 de abril de 2011

Menos pinguins sobrevivem a aquecimento na Antártica

Menos pinguins sobrevivem a aquecimento na Antártica

Pinguins jovens estariam morrendo na Antártica por falta de alimento

WASHINGTON (Reuters) - Duas das mais conhecidas espécies de pinguim da Antártica - o de barbicha e o de Adélia - estão sob pressão por causa dos efeitos do aquecimento na região, que reduziu os cardumes de krill, um crustáceo que é o seu principal alimento.

Menos pinguins jovens estão sobrevivendo à fase que cientistas chamam de "transição para a independência" devido à escassez de krill, um pequeno animal parecido com o camarão, segundo um estudo publicado na segunda-feira na revista Proceedings, da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.

O estudo concluiu que apenas 10 por cento dos jovens pinguins sobrevivem à primeira viagem voltando do habitat onde passam o inverno para suas colônias de origem.

pinguim de barbicha
Quando o estudo começou a ser feito, em meados da década de 1970, um pinguim de 2 a 4 anos de idade tinha cerca de 50 por cento de chance de sobreviver à jornada, disse por telefone Wayne Trivelpiece, principal autor da pesquisa, ligado à Divisão de Pesquisas do Ecossistema Antártico, da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA.

Os pinguins jovens "não são mais capazes de fazer nada parecido com o que conseguiam antes, e achamos que isso está diretamente relacionado ao fato de que há 80 por cento menos krill por lá atualmente", afirmou.

Inicialmente, os cientistas imaginaram que pelo menos uma das espécies afetadas poderia se beneficiar da mudança climática, já que os pinguins de Adélia adoram o gelo, enquanto os de barbicha o evitam.

Mas a nova pesquisa sugere que a sobrevivência dos pinguins está menos associada à degradação do seu habitat, que também está em curso, e mais à degradação do habitat do krill.

O krill forma a base da teia alimentar marinha, permitindo a sobrevivência de inúmeras espécies de peixes, pinguins e até baleias. Esse crustáceo se alimenta de fitoplâncton, algas geladas, basicamente, que se proliferam nas laterais de blocos de gelo.

Os camarõezinhos são especialmente adaptados para se alimentarem de pequenas plantas entre os cristais de gelo. Nas últimas décadas, porém, o gelo tem se formado mais tardiamente a cada ano, abrange uma área menor, e derrete mais cedo. Sem gelo, o krill tem problemas para se alimentar, e sua população diminui.
Pingüins de Adélia à deriva em bloco de gelo no Oceano Antártico, fora do Território Antártico Australiano, em 2007.

A pesquisa de Trivelpiece focou uma área que registra um dos maiores aquecimentos em todo o mundo: a Península Antártica e as ilhas vizinhas.

A temperatura mediana no inverno nessa área subiu quase 6 graus Celsius desde meados do século 20, enquanto a elevação média mundial foi inferior a 1 grau Celsius.

O estudo foi parcialmente financiado pelo Programa Oceânico Lenfest, que apoia pesquisas no ambiente marinho global.

Reuters/Brasil Online
Por Deborah Zabarenko

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