quarta-feira, 25 de maio de 2011

A polêmica do gato caçador

LONDRES - Um estudo publicado na revista científica "Biological Conservation" sugere que a superpopulação felina, onipresente em cidades de todo o mundo, prejudica animais silvestres que vivem junto a áreas urbanas. Para salvar a fauna nativa só haveria um caminho: limitar o número de gatos que uma residência poderia abrigar. Esta é a recomendação do australiano Michael Carver, da Universidade Murdoch, autor da pesquisa. Há, no entanto, quem seja mais radical com os bichanos, propondo seu registro junto às autoridades, ou até mesmo a castração compulsória.

Calver alega que a falta de controle sobre a população felina está contribuindo para reduções no número de animais silvestres que vivem junto a áreas urbanas. As maiores ameaças seriam os gatos de rua. Só que mesmo animais com lar também contribuem para uma matança que apenas no Reino Unido é responsável por quase 90 milhões de vítimas entre pequenos animais anualmente. Daí a sugestão do australiano de que os felinos passem mais tempo dentro de casa e, quando saiam, usem coleiras com guizos para alertar outros animais.

No estudo, Calver faz questão de diferenciar gatos domésticos daqueles que vivem nas ruas. Se os abandonados podem, por uma questão de sobrevivência, voltar a um estado perto do selvagem, no caso dos animais domésticos o problema é a superpopulação. A concentração habitacional em áreas urbanas pode culminar com a existência de pelo menos 100 gatos por quilômetro quadrado no Reino Unido. Isso torna o jogo desigual para os animais silvestres, já às voltas com a destruição de seus habitats.

- A expansão urbana tem aumentado a importância de jardins para esses animais, o que contribui para maiores ameaças por conta da interação com felinos. É claro que não podemos culpar os gatos, mas isso também não nos impede de tomar precauções - afirmou o cientista.

Entre elas estão desde dispositivos como a coleira de guizos como até a proibição de gatos em áreas próximas a regiões com ameaça de extinção à fauna local. Recentemente, a prefeitura da cidade de Warwick, na região central da Inglaterra, começou a debater um projeto de lei que limita a posse de cães e gatos a três animais por residência.

Calver não é o único acadêmico defendendo controles populacionais. Há estudos na França e nos EUA que alertam para efeitos da voracidade de gatos domésticos. E a preocupação aumenta num momento em que a economia cambaleante tem resultado em casos e mais casos de abandono de animais por donos querendo economizar nas contas do mês.

O Globo

Um comentário:

  1. O problema é, também, de quem acha que o gato com proprietário tem que ficar solto, o que é um perigo para não somente a fauna silvestre, mas, também, para o próprio bichano. E desrespeito para com os vizinhos. Um gato solto caça as aves, inclusive as nossas que temos tomando sol no jardim - quando podem, porque gatos por perto impedem isso -, suja o quintal dos outros, pode passar toxoplasmose - não é a ave que passa e, sim, é o gato, durante quatorze dias, pelo ar que respiramos ou por contato acidental, por meio das fezes expostas. Também gato solto também pode ser: caçado por cachorros, atropelado, envenenado... Até mesmo pode adoentar pela ingestão de porcarias na rua etc. Os que não estão castrados sofrem, ainda, ferimentos por brigas e infernizam com os "suaves" sintomas audíveis do cio, que deveriam ficar apenas ao gosto dos proprietários, já que, neste caso, ligam tão pouco para o bem estar desses animais que sequer os castram, mas os soltam nessa fase para que nós os aturemos em lugar deles. Então acontece a chuva de filhotes que são abandonados.
    Gato querido é gato dentro de casa. Este nunca vai sofrer abandono. Já vi, inclusive, felinos criados em apartamentos e estavam muito bem e felizes.
    Por mim, deveria ser instituída uma lei proibindo os bichanos de ficarem soltos. O mesmo deveria ser também aplicado aos proprietários de cães.

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