domingo, 11 de setembro de 2011

Inteligência animal: Golfinhos produzem sons de maneira similar a humanos


Sons de golfinhos não seriam produzidos como assobios, mas por tecidos semelhantes a cordas vocais

RIO - Há tempos os cientistas acreditam que os golfinhos produzem sons por meio de "assobios", mas uma nova análise de dados compilados no fim dos anos 70 revelou que, na verdade, esses animais produzem os sons por meio da vibração de tecidos, de uma maneira similar à que humanos e outros mamíferos fazem com as cordas vocais.

Os cientistas da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, revisaram as informações levantadas pelo Programa de Mamíferos Marinhos da Marinha dos EUA em 1977. Naquela época, os pesquisadores Sam Ridgeway e Don Carder estudavam golfinhos em cativeiro e gravaram os sons feitos por eles, que interpretaram como assobios, enquanto respiravam ar comum e uma mistura chamada "Heliox", composta de 80% de hélio e 20% de oxigênio.

O Heliox foi dado para os animais por meio de uma máscara com o objetivo de verificar se os sons produzidos pelos golfinhos ficariam mais agudos na presença de hélio, assim como acontece com a voz humana. Os pesquisadores pensavam então que os sons dos golfinhos eram produzidos pela ressonância do ar em suas cavidades nasais. Se este fosse o caso, a frequência dos sons mudaria a medida que os golfinhos mergulhassem mais fundo devido ao aumento da pressão nas suas cavidades nasais.

Os dados acumulados pela equipe da Marinha dos EUA, no entanto, não puderam ser completamente analisados na época, pois a análise de um único "assobio" levava horas. Com o avanço da tecnologia, porém, o pesquisador dinamarquês Peter Madsen e sua equipe agora puderam digitalizar as gravações e usaram modelos computacionais de visualização avançados para analisá-las, revelando que os sons não mudavam de frequência quando os golfinhos respiravam Heliox.

Segundo Madsen, o resultado da nova análise sugere que os sons feitos pelos golfinhos não são assobios, mas sim resultado de "vibrações de tecidos induzidas por processos pneumáticos", explicando porque eles não ficavam mais agudos na presença de Heliox. Ainda de acordo com Madsen, isso faz sentido porque as vibrações dos tecidos permitiria que os golfinhos se comunicassem efetivamente em maiores profundidades, provavelmente por meio de "lábios fônicos" em suas cavidades nasais. Os pesquisadores ainda desconfiam que algumas espécies de baleias devem se comunicar pelo mesmo método. O estudo foi publicado no periódico "Biology Letters" da Royal Society.

O Globo

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