terça-feira, 14 de agosto de 2012

Borboletas mutantes são encontradas na região de Fukushima


Borboletas mutantes são encontradas na região de Fukushima

O desastre nuclear de Fukushima após o terremoto de 11 de março de 2011 já deixa marcas na fauna local do nordeste japonês. Cientistas encontraram borboletas que sofreram mutações devido à radiação liberada pelos reatores danificados da usina, segundo o site Scientific Reports, ligado à revista Nature.

Os exemplares encontrados apresentavam mutações nas patas, antenas, abdômen e olhos. As asas, porém, parecem ter sido a parte mais afetada das borboletas – foram encontradas alterações de tamanho, pigmentação, cor e outras anormalidades.

Das cem borboletas coletadas, 12% tinham mutações. Quando esses animais procriavam, as anormalidades subiram para 18% do total das crias. Mas quando os insetos afetados acasalavam com os saudáveis, a taxa de espécimes mutantes subia para 34%, o que indica que os genes alterados podem ser passados mesmo quando um dos genitores não sofreu mutações.

Isso tudo apenas dois meses após o desastre nuclear, o segundo pior da história, atrás apenas do caso de 1986 em Chernobyl, na Ucrânia. Uma nova coleta em setembro de 2011 mostrou que 28% das borboletas haviam sofrido mutações. Entre as crias destas, as mutantes eram 52%.

As borboletas logo levantaram questionamentos sobre os efeitos sobre humanos, mas Joji Otaki, um dos pesquisadores, tratou de tranquilizar os receosos. “A sensibilidade à radiação varia de espécie para espécie, então temos que pesquisar os efeitos em outros animais. Humanos são totalmente diferentes de borboletas e são muito mais resistentes”, disse ele ao jornal Japan Times. [Fonte: CNN]

Mutações genéticas foram detectadas em três gerações de borboletas nos arredores da central nuclear japonesa de Fukushima, informaram cientistas japoneses, o que aumenta os temores de que a radioatividade possa afetar outras espécies.

Quase 12% das pequenas borboletas azuis da família das Lycaenidae expostas à radioatividade ainda em estado de larva durante a catástrofe nuclear de março de 2011 desenvolveram anomalias, em especial asas menores e uma má-formação dos olhos, explicaram os cientistas.

Insetos presos em uma área próxima da central de Fukushima Daiichi dois meses depois do acidente foram transportados a um laboratório para fins de reprodução. No total, 18% da geração seguinte desenvolveu problemas semelhantes, afirmou Joji Otaki, professor da Universidade Ryukyu de Okinawa.

A proporção aumentou ainda mais, a 34%, na terceira geração, apesar dos cientistas terem utilizado borboletas saudáveis de outra região para acasalar com os insetos de Fukushima. Seis meses depois do desastre, um novo lote de borboletas foi preso nas proximidades de Fukushima Daiichi e desta vez a taxa de anomalia da geração seguinte foi medida em 52%, informou Otaki.

Os cientistas japoneses também fizeram um experimento com uma população de borboletas não afetadas, que foram expostas em laboratório a doses muito baixas de radioatividade, e constataram a mesma proporção de anomalias registrada na primeira geração de borboletas de Fukushima.
Os resultados do estudo foram publicados na Scientific Reports, uma publicação virtual editada pela revista Nature.

"Chegamos à conclusão clara de que a radiação emitida pela central de Fukushima Daiichi afetou os genes das borboletas", disse Otaki.

O cientista, no entanto, advertiu que os resultados devem ser considerados com precaução porque o efeito observado foi comprovado, até o momento, apenas nas borboletas, e não sobre outras espécies animais ou humanos. A equipe pretende realizar novos experimentos com outros animais.

Nenhuma pessoa morreu por ação direta da radiação liberada pelo acidente de Fukushima, mas os habitantes da região temem os efeitos a longo prazo.

Muitos lembram que os efeitos da radioatividade foram transmitidos a várias gerações em Hiroshima e Nagasaki, depois do lançamento das bombas atômicas pelos Estados Unidos em agosto de 1945, nos últimos dias da segunda Guerra Mundial.

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