segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Bichos-preguiça são vítimas de choques de alta tensão em Ubatuba

Vídeo: Bicho-preguiça atravessando a Rio-Santos

Depois de tratados, animais dificilmente sobrevivem em cativeiro.
Instituto busca solução para o problema junto à concessionária da rede elétrica.

Bichos-preguiça têm se tornado vítimas de choques em redes de alta tensão na região de Mata Atlântica em Ubatuba, litoral norte de São Paulo e a 224 km da Capital. O Instituto Argonauta para a Conservação Costeira e Marinha, organização não-governamental sem fins lucrativos e patrocinado pelo Aquário de Ubatuba, recebeu, entre os anos de 2005 e início de 2008, 14 animais deste tipo, sendo que cinco deles sofreram choques elétricos.

Quatro morreram com os ferimentos. O último caso, recebido pelo instituto em 2 de janeiro deste ano e apelidado de George pelos veterinários, recupera-se de graves queimaduras em três membros.

A preocupação, no entanto, será devolvê-lo para a natureza em condições de sobreviver. De acordo com a veterinária Paula Baldassim, animais desta espécie dificilmente resistem em cativeiro. “Teria de ser igual a cativeiro de zoológico, uma área bem ampla e com grande diversidade de árvores. O bicho-preguiça se alimenta de várias tipos de plantas e sem essa diversidade ele morre de desnutrição”, explicou.

No caso de George, a hipótese de implantação de próteses nos membros afetados já foi descartada. “As queimaduras tostaram os ossos e os nervos”, disse a veterinária.

Mesmo assim, George começa a ser treinado para subir em árvores novamente. Aos poucos, começa a apresentar avanços. “Se ele conseguir, será solto na natureza novamente.”


Duro na queda
Outros animais costumam ser vítimas, como macacos e gambás, da rede elétrica de alta tensão na região, mas não resistem ao choque seguido da queda. “Os preguiças são muito resistem e sobrevivem até mesmo às quedas. Quando levam o choque, a rede elétrica cai e o serviço da concessionária é chamado para religá-la. São os funcionários da concessionária que encontram os animais e nos trazem para tratá-los”, contou a veterinária.

Por isso, os veterinários do instituto irão se reunir com a concessionária para tentar solucionar este problema, colocando dispositivos nos postes que impeçam que os animais alcancem a rede elétrica.

“Tem de ser feito de algum material escorregadio para que ele não consiga fincar as garras e escalar até alto o poste”, completou Paula. Se der resultado, o objetivo, futuramente, é que vire lei e seja adotado em outras regiões onde são encontrados bichos-preguiça.


Por trás
O instituto também costuma receber preguiças sem qualquer problema de saúde, levados por turistas ou moradores que os encontram no chão ou atravessando estradas. “As pessoas não entendem que eles descem para mijar e defecar. Depois, eles sobem na árvore de volta. Não precisa trazer para o instituto”, explicou. Nestes casos, basta deixar o bicho no mesmo lugar.

Quando estiver atravessando uma estrada, a veterinária orienta para que esta seja sinalizada para que o preguiça não seja atropelada. “Se preferir retirá-la da pista, tem de saber segurar a preguiça. Pegue-a sempre por trás. Pela frente, ela vai tentar se defender e pode ferir a pessoa com as garras”, alertou.


Do G1

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