O melhor de tudo é que também existe uma boa notícia para esses cerca de 8% dos animais que sofrem com as desordens compulsivas. Recentemente, a Grã-Bretanha permitiu a venda da versão canina do antidepressivo Prozac.
O remedinho - chamado “Reconcile” - está sendo comercializado nos Estados Unidos desde 2007. Ele tem gosto de carne e serve para curar, principalmente, a ansiedade causada pela separação dos donos por longos períodos durante o dia. Pesquisas apontaram que o remédio está surtindo efeito: 73% dos animais que o tomaram junto com terapia mostraram um comportamento melhor em oito semanas.
O veterinário Silvio André Ribeiro de Oliveira explica que o medicamento aumenta o limiar de irritabilidade do animal. “Mas ele não resolve tudo. Ele serve para ganhar tempo até que o cachorro se acalme e modifique seu comportamento”, disse.
Eduque o seu cão
Compra
Na hora de comprar o cachorro, questione o criador e explique exatamente que tipo de animal procura. O cachorro deve ter o mesmo nível de energia que o dono
Comida
O cachorro tem que ter horário para comer. Se ele não comer na hora estabelecida, tire o prato. Se não comer novamente, tire de novo. A rotina fará com que ele se acostume a comer no horário preestabelecido
Clareza
Seja claro ao dizer ao cachorro o que ele pode ou não fazer. Só assim ele vai aprender o que é certo e o que é errado
Punição
Não adianta punir o cachorro depois de algum tempo que a situação aconteceu, porque ele vai esquecer e repetir. Ele tem que ser punido na hora
Adestramento
Mas se você prefere uma alternativa mais saudável, sem medicação, para seu animal, você pode apostar no adestramento. A prática pode orientar e até mesmo alterar o comportamento dos cachorros.
O criador e adestrador de cães Paulo Cesar Tagliari trabalha com isso há nove anos e garante: dá para educar um cachorro - e seu dono, claro - com os mais variados sintomas. “Já vimos de tudo: cachorro que já destruiu a casa, o que come tudo que vê pela frente, o medroso. Mas o fundamental é que o dono também saiba se portar diante dessas mudanças”, conta ele.
Animal adestrado antes mesmo de chegar em casa
O engenheiro Daniel Pires Cabral Piccin, 28 anos, optou por comprar um cão da raça American Starffordshire Terrier, de nome Jorginho, e já deixá-lo para adestrar, antes mesmo de levar o animal para casa. “Mesmo que os cães dessa raça tenham um temperamento bom, não sejam agressivos, já deixei ele aqui porque vou adestrá-lo para ser cão de guarda. Antes eu tinha receio, achava que os adestradores maltratavam os animais. Mas hoje vejo que não é assim”, contou. Daniel gostou tanto que até fez o curso de adestramento. Além de Jorginho, o engenheiro tem outros três cachorros em casa e utiliza o que aprendeu para deixar a convivência em casa mais amigável. “O adestramento é muito útil. Meus cães são tranquilos, não latem à toa. Aprendi que meu comportamento influencia no comportamento deles”, diz.
Separação é a hora mais difícil
O maior problema que causa a ansiedade nos cachorros, segundo os profissionais entrevistados, é a hora da separação do dono. Muitos deles mantêm uma rotina ao sair de casa, e o cachorro entende isso como um sinal de abandono.
O adestrador Paulo Cesar Tagliari diz que o melhor é não criar expectativa no cão para que ele não entre em desespero. “Se o dono levantasse 15 minutos mais cedo e brincasse com o animal, o cão ficaria mais relaxado e nem ia ligar quando ele saísse de casa. Isso diminui a ansiedade”, explica.
O veterinário Silvio André Ribeiro de Oliveira alerta, ainda, para a necessidade de não fazer festa quando chegar em casa. “O cachorro vive em coletivo. Por isso, o ideal é acostumar o animal desde cedo a ficar sozinho, quando criado em casa. Ele percebe quando o dono sente pena dele na hora de sair e de chegar do trabalho”, ressaltou. - A Gazeta
A Gazeta - Anny Giacomin
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