Alguns híbridos são conhecidos e podem procriar em cativeiro. Entre eles estão os 'zorses' (mistura de zebra com cavalo, em inglês), os 'beefalos' (búfalos com gado de corte), e claro, as mulas, a cruza entre jumentos e éguas.
Porém, vários fatores impedem que estes animais híbridos sobrevivam a longo prazo. Recentemente, um zoológico foi multado por tentar criar pequenos 'ligers', filhotes de leões com tigres . Um dos principais problemas neste tipo de cruzamento é que membros de diferentes espécies têm cargas genéticas bem distintas, e podem carregar números diferentes de cromossomos. A maioria dos híbridos, entre eles as mulas, são inférteis. Na disputa pela sobrevivência, os híbridos costumam ser mais fracos e perdem nas disputas para a espécie original.
Mas como os híbridos também nascem de novas combinações de genes, é possível que eles se adaptem em locais que seus parentes não consigam sobreviver. Alguns exemplos podem ser encontrados na natureza, e análises de DNA estão permitindo que biólogos decifrem o histórico de espécies para descobrir se passaram por um processo semelhante no passado.
E, enquanto as espécies originais só sobrevivem no clima ameno de certas regiões americanas, seus híbridos conseguem viver em habitats extremos. Uma delas virou uma flor típica dos desertos do Utah e do Arizona. As flores híbridas, mostram os testes, costumam ter uma capacidade maior de sobreviver ao ataque de predadores.
Até mesmo os homens modernos surgiram após o cruzamento de diferentes espécies.
Novas teorias apontam que a mistura de neandertais com os homo sapiens criou uma espécie mais forte, capaz de sobreviver em condições menos favoráveis. As descobertas sobre o cruzamento entre as espécies, segundo o biólogo molecular Sean B. Carroll, está forçando a comunidade científica a redefinir suas teses sobre as espécies.
- As espécies não são unidades independentes. Às vezes, acontece um cruzamento com resultados maravilhosos - resumiu o especialista.
O Globo
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