Leiolepis ngovantrii, o lagarto agamid smallish nativo do sudeste da Ásia, é a mais nova espécie do gênero Leiolepis a ser descoberto, na verdade só veio à tona taxonômica oficial no início deste ano, segundo a National Geographic . Como uma espécie de todo-fêmea, que se reproduz através da clonagem de si mesma é definitivamente uma criatura peculiar. Como um lagarto que foi descoberto em um depósito em um restaurante vietnamita - e quase perdeu quando "um maluco" bêbado mandou para todos os seus amigos - é uma história surpreendente.
Leiolepis ngovantrii foi descoberto quando um cientista vietnamita notou em um restaurante sul do Vietnã um tanque de lagartos parecidos e ficou surpreso. Lagarto Leiolepis têm cores muito diferentes em machos e fêmeas, assim o fato de que cada único lagarto parecia ser do sexo feminino foi um indício de que estes não puderam ser a corrida de Leiolepis-the-mill.
Na verdade, o Leiolepis ngovantrii acabou por ser um dos Leiolepis entre as poucas espécies que se reproduzem por partenogênese, em que uma fêmea pode produzir uma espécie de clone filhos naturais, sem a necessidade de um macho. Não é bem o mesmo que um clone artificial, em que o clone tem a mesma pegada genética exata como o pai - um Leiolepis govantrii prole parthenogenic é capaz de dar à luz própria e tem um código genético diferente de sua mãe. Isto é raro mas não inédito em lagartos, peixes e vários invertebrados. Em lagartos, é geralmente o resultado de um lagarto em um ambiente específico de acasalamento com um lagarto de um ambiente adjacente, mas muito diferente - neste caso, dunas litorais e vegetação rasteira.
Espécie de lagarto duplica seus genes para viver sem sexo
Dobrar número de cromossomos ajuda a produzir variabilidade na ausência de machos, diz estudo
Uma equipe de pesquisadores nos EUA resolveu o mistério por trás de uma população de lagartos na qual só existem fêmeas que se reproduzem sozinhas, dispensando a fertilização por machos -uma forma de reprodução sem sexo conhecida como partenogênese.
Os cientistas descobriram que elas produzem células germinativas -as que dão origem a espermatozoides e óvulos- com o dobro de cromossomos dos lagartos que fazem sexo.
Toda reprodução sem sexo é intrigante para aos biólogos, pois a menor variabilidade genética poderia diminuir a capacidade da espécie de se adaptar ao ambiente e lidar com novos parasitas e predadores.
Sexo também traz problemas: a eficiência da transmissão de genes cai e há grande custo energético. Mas isso é compensado pela variabilidade genética, que leva a indivíduos potencialmente mais aptos.
Os lagartos da espécie Aspidoscelis tesselata vivem no sudoeste dos EUA e norte do México e têm cerca de 10 cm.
A equipe liderada por Peter Baumann, do Instituto Stowers de Pesquisa Médica, mostrou que, com o dobro de cromossomos na divisão celular, é possível haver recombinação de genes entre cromossomos geneticamente idênticos.
“Nosso trabalho mostra que animais podem abandonar a reprodução sexual, pelo menos por muitas e muitas gerações, se outras táticas forem usadas para gerar e preservar a diversidade genética”, disse Baumann à Folha. O estudo foi publicado na semana passada na revista científica “Nature”.
A partenogênese (”nascimento virgem”, em grego) ocorre em plantas e animais, incluindo vespas, peixes, salamandras e répteis, mas não há casos entre mamíferos.
“Se estima que 0,1% das espécies multicelulares se reproduzem via partenogênse”, diz Baumann. “Nos lagartos com que trabalhamos há uma incidência muito alta. Cerca de um terço das 50 espécies próximas são partenogenéticas.”
O porquê disso é algo que ainda se pesquisa.
“Se um animal está bem adaptado ao seu ambiente e este não muda muito, a diversidade genética dentro da espécie se torna muito menos importante do que o grau de reprodução. Uma espécie partenogenética pode se reproduzir mais rápido porque cada indivíduo pode ter crias e não se gasta nem tempo nem energia na busca de um parceiro”, afirma Baumann.
Isso ajuda as explicar o porquê de espécies partenogenéticas conseguirem se espalhar e competir com as sexuais em alguns habitats. Basta uma fêmea para colonizar uma ilha, enquanto seria preciso um macho e uma fêmea para fazer o mesmo na espécie sexuada -e eles teriam de se encontrar e “gostar” um do outro.
(Ricardo Bonalume Neto)
(Folha de SP, 17/3)
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