Caramelo (que algumas fontes dizem chamar Leão) vivia com Cristina e mais três pessoas. Todas morreram, mas o cão se salvou e ajudou os membros do resgate a localizarem os corpos. Segundo o relato de membros da ONG Estimação, que passaram a cuidar do animal, o cão “está muito carente e pula no colo de qualquer pessoa que se aproxime”.
ATUALIZAÇÃO: o cão Caramelo foi adotado por uma família que vive na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. A ONG Estimação, contudo, ainda mantém outros cães para adoção e precisa de ração, jornal, potes, coleiras e tapetes para os animais recolhidos na região serrana fluminense. A Estimação também aceita doações em dinheiro. (Fotos: Vanderlei Almeida | AFP)
Cachorro que velava túmulo da dona em Teresópolis é adotado
Especialistas explicam comportamento de cão adotado após tragédia na serra
A fidelidade do vira-lata Caramelo emocionou pessoas por todo o Brasil. Depois de ter perdido a dona, Cristina Maria Cesário Santana, uma das vítimas das fortes chuvas na Região Serrana do Rio, e ficar alguns dias ao lado da cova, o cão também foi visto cavando para encontrá-la. Os dias passavam e ele continuava ali, até ser resgatado pela Comissão Especial de Proteção Animal da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e ser adotado por uma nova família. Especialistas tentam explicar essa atitude do cachorro, que conseguiu localizar a dona, soterrada pelos escombros.
- Essa atitude mostra o grande afeto grande que ele tinha por ela. Como todos estão na função de achar alguém, ele também está. E com 30 vezes mais tecidos sensoriais (olfativos) do que o ser humano, essa capacidade de localizá-la é enorme. Enquanto os humanos possuem cerca de 50 milhões de células receptoras olfativas, o cão possui cerca de 220 milhões - disse Mônadda Kiin, que faz passeios educativos e cuida do comportamento dos animais.
Já Sávio Freire Bruno, professor da faculdade de veterinária na disciplina zoologia da UFF e que também atua na medicina de animais silvestres, foi mais além.
- O que eu consigo ver numa relação como essa é que os cães em vida livre são animais altamente sociais e, como vivem em matilha, possuem um líder, mas com relação de soliedariedade e de respeito à liderança. O cão doméstico tem esse tipo de comportamento, pois quando foram trazidos para domicílo, trouxeram um comportamento intrínseco à espécie, que é descendente dos lobos.
O professor elogiou o comportamento animal e disse que está emocionado também com o comportamento humano.
- Assim como a fidelidade do cão, é louvável a atitude de solidariedade das pessoas com as vítimas da Região Serrana. E com os animais também. Sei que Caramelo foi adotado, mas terá um período de dificuldade, de sofrimento. Só que essa nova dona vai conseguir conquistá-lo - disse, com otimismo, Sábio Bruno.
A veterinária Andrea Lambert, membro da Comissão Especial de Proteção Animal da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e que resgatou Caramelo e outros animais que ficaram sem lar por causa da chuva, disse que tem recebido várias ligações de interessados, mas explicou que o processo de adoção não é tão fácil assim.
- Fazemos uma entrevista, pegamos os dados da pessoa e conversamos para saber que cuidados ela pode dar para o animal. Se a adoção for liberada, a pessoa assina um termo de responsabilidade. E durante uns meses, nós acompanhamos de perto a adoção.
Quem quiser adotar animais, pode entrar em contato com a veterinária pelo telefone (21) 9632 8115 ou pelo email
Fonte: EXTRA (Luana Trindade)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sinta-se a vontade para comentar