Gelo do mar Ártico pode desaparecer em menos de quatro anos e ameaça ursos polares
RIO - O gelo do mar do Ártico pode acabar em menos de quatro anos, alertou o professor Peter Wadhams, da Universidade de Cambridge. Mesmo reaparecendo a cada inverno, sua ausência durante o pico do verão ameaça os ursos polares.
A massa de gelo entre o Norte da Rússia, Canadá e Groenlândia diminui com as estações, atualmente tendo um nível mínimo de cerca de quatro milhões de quilômetros quadrados. A maioria dos modelos, incluindo as últimas estimativas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), indicam o declínio da cobertura de gelo. Porém, citando pesquisa compilada por Wieslaw Maslowski, pesquisador da Faculdade Americana de Pós-Graduação, Wadhams afirmou no ano passado que as previsões têm falhado em determinar a rapidez com a qual as mudanças climáticas provocam a diminuição da espessura do gelo.
Enquanto o IPCC sugere que o gelo resistirá até 2030, Maslowski calcula que esse desaparecimento será muito mais rápido. Seu modelo foi considerado polêmico, assim como a declaração de que o mar Ártico está em uma "espiral da morte". No entanto, Wadhams, um dos melhores especialistas no assunto, classificou como convincentes os cálculos de Maslowski.
- O modelo é o mais extremo, mas também é o melhor - disse Wadhams ao jornal "The Telegraph". - Acho a previsão para 2015 muito grave, e estou muito bem convencido de que isso é que vai acontecer."
O gelo voltaria no inverno seguinte, mas sua ausência no verão encorajaria ainda mais o transporte e exploração de petróleo no Ártico, e pode ameaçar as espécies nativas. Pior para os ursos polares, que hibernam em terra no inverno e se movem sobre o gelo na primavera para caçar.
- O seu habitat (dos ursos polares) vai desaparecer - alertou Wadhams.
O Globo (oglobo.com.br)
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