A Harpia também conhecida como gavião-real está bastante debilitada e sem condições de retornar ao habitat
A Polícia Militar Ambiental recolheu, nesta terça-feira (03), uma Harpia, também conhecida como gavião-real (Harpia-harpyja). O animal foi encontrado por um funcionário da Vale, em Vitória, que solicitou ajuda aos militares.
A ave estava bastante debilitada e sem condições de retornar ao habitat. Ela foi encaminhada à sede da 1ª Companhia do Batalhão, onde permanece sob os cuidados necessários para posteriormente receber a destinação adequada.
foto: Divulgação/PMES
Harpia resgatada pela Polícia Militar Ambiental.
A Harpia é a maior águia encontrada no Brasil, podendo atingir até 105 centímetros. A espécie é inconfundível pelo tamanho e robustez e tem capacidade de capturar mamíferos de até seis quilos.
foto: Divulgação/PMES
Harpia resgatada pela Polícia Militar Ambiental
Apesar de sua agilidade extraordinária, as Harpias se tornaram escassas nas regiões de Mata Atlântica - devido à falta de habitat, à caça e ao desmatamento - e corre risco de extinção ou deterioração genética devido às poucas espécies ainda existentes. (As informações são da Polícia Militar do Espírito Santo) - [A Gazeta]
Cientistas buscam conhecer os hábitos e a alimentação da harpia
Trabalho torna possível identificar as maiores ameaças à sua sobrevivência.
Pesquisas com o animal já existem no Brasil há 25 anos.
A reserva Duque fica próximo ao local em que o rio Negro, de águas escuras, encontra o rio Solimões, de águas barrentas. Os dois se juntam e formam o rio Amazonas, mas as águas só vão se misturar muitas voltas rio abaixo.
Há 25 anos, a doutora Tânia Sanaiottis, do INPA, Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia, em Manaus, capital do Amazonas, trabalha com a espécie no Brasil. “Nós temos mapeados cerca de 60 a 70 ninhos mapeados”, calcula.
Antes da colonização havia harpia em quase território brasileiro, exceto em faixas de campo limpo no cerrado, na caatinga, no Pantanal e no Pampa. Atualmente, somente a Amazônia mantém-se parcialmente intacta.
A ave faz ninhos atrás das árvores mais altas. Os pés de angelim, de castanheira e de jatobá aparecem acima do dossel da floresta. São as árvores preferidas das harpias. Um casal criou no angelim um filhote que está com cerca de um ano.
Ao seguir a trilha e ao som do piu do capitão do mato, talvez o pássaro mais comum da selva amazônica, é possível chegar ao pé angelim onde está o ninho de harpia. O filhote, que fica pelo ninho esperando comida, voa de uma árvore a outra, agita as asas e se movimenta. O animal parece saudável e esperta. Mas a ave precisa ser capturada para fins de pesquisa.
O escalador de árvores Olivier Jaudoin preparou uma armadilha que foi colocada no ninho. Ele subiu na árvore de tronco reto, pulou de um galho para outro e conseguiu armar o laço para pegar o filhote.
Um dos trabalhos da bióloga Helena Aguiar Silva, do INPA, Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia, é estudar o alimento do filhote de harpia. Os dados coletados por Olivier Jaudoin servirão para definir a área necessária numa floresta nativa para abrigar uma família harpia. O cardápio na Amazônia é variado. “Ele come preguiças, macacos, aves e outros animais que vivem no topo das árvores da floresta”, diz.
A bióloga junta os restos dos alimentos com os ossos, que caem do ninho e são recolhidos em tela, e faz um balanço da dieta do filhote no ninho. A equipe já anilou 14 harpias e monitora regularmente quadro delas pelo radio há mais de dez anos.
Olivier Jaudoin era escalador de árvores na França, o país dele de nascimento. “Em cima das árvores na Europa não tem muita coisa para ver. Na Amazônia, em cada metro tem uma coisa que nunca se viu na vida”, compara.
O documentarista João Marcos Rosa, da equipe da doutora Tânia, é autor do livro Harpia. “Eu gosto muito da foto que mostra o filhotinho de um dia de harpia com olhinho aberto e a mãe velando por ele”, diz.
A vida da harpia depende da floresta. A bióloga Elisa Vandeli, pesquisadora da Embrapa de Manaus, faz um trabalho junto às comunidades rurais para mostrar que existem alternativas de vida na selva sem devastação. Ela é colaboradora do Projeto de Preservação do Gavião Real. “A árvore é fundamental para a proteção do gavião real, para a proteção de toda a vida da floresta, inclusive da cultura dos povos da floresta, mas árvores e florestas também são importantíssimas para a manutenção de uma agricultura sustentável equilibrada”, alerta.
O Brasil é o segundo país com mais espécies de aves no mundo. Quem sabe essa pesquisa tão importante com a harpia estimule o estudo e proteção de todas as aves brasileiras.
Do Globo Natureza, com informações do Globo Rural
As duas primeiras fotos são de uma águia-pescadora ou osprey (Pandion haliaetus)e não de uma harpia.
ResponderExcluirRealmente, concordo com nosso amigo acima.
ResponderExcluirNão é uma Harpia e sim um Pandion.