Pesquisa austríaca analisou seis animais, com idades entre 10 e 35 anos.
Aves souberam distinguir, pelo barulho, em qual copo havia uma noz.
Os papagaios cinzentos que vivem na selva africana pensam de forma lógica e similar aos macacos e às crianças de 3 anos de idade, aponta uma pesquisa publicada nesta quarta-feira (8) pela Universidade de Viena e pelo Instituto Científico Konrad Lorenz, na Áustria.
O estudo se baseia em experimentos realizados com seis animais, com idades entre 10 e 35 anos. Os resultados aparecem na revista científica britânica "Proceedings of the Royal Society B".
No experimento, a cientista Judith Schmidt agitou, diante de um papagaio, dois copos de plástico, um com uma noz no interior e o outro vazio. O animal entendeu imediatamente que a noz estava escondida dentro do copo que fazia barulho.
Papagaio cinzento tem raciocínio rápido e lógico, aponta estudo com seis animais na Áustria (Foto: AP)
Depois, a pesquisadora agitou apenas o copo que não continha nada e o colocou sobre uma mesa junto com o outro. O animal entendeu que a noz deveria estar sob o outro copo.
Os cientistas asseguram que, quando se agitam os dois copos ou apenas um deles, os papagaios cinzentos sempre encontram a noz, com a mesma velocidade.
Se não sai nenhum barulho de um copo, os animais deduzem que o fruto está no outro recipiente.
Ao contrário dos papagaios, os macacos só alcançam essa habilidade após um intenso treinamento, enquanto cães como pastores alemães, por exemplo, são incapazes de raciocinar dessa forma. [Da EFE]
Conheça o papagaio cinzento, exclusivo de terras africanasSão Tomé e Príncipe possui ainda uma floresta que pode ser considerada a maior farmácia natural do continente. Metade de toda vegetação é usada pela população como remédio.
imprimir Com espetáculos inesquecíveis, boa parte do mundo já incluiu São Tomé entre os paraísos do planeta. E pensar que parte da ilha africana sempre foi intocada. A natureza é a mesma desde a criação, isolada, deserta, intocada. Nunca ninguém morou nessas matas. A vegetação é completamente selvagem. Isto sim pode ser chamado de paraíso.
As orcas chegaram sem muito alarde, mas logo se deixaram ver de longe. De repente, os golfinhos também se exibiram na mais perfeita das coreografias. O balé sobre as águas despertou ainda mais a nossa curiosidade. O que será que encontraremos no fundo do mar?
Os corais são multi coloridos. Predomina o negro da formação vulcânica das rochas submarinas. E quantas espécies os corais abrigam, escondem, alimentam. Os ouriços se remexem. E os cardumes fazem festa na nossa frente.
De volta à superfície, nossa aventura continua. Vamos conhecer um marco histórico: o Ilhéu das Rolas. Nele, passa a Linha do Equador que divide a Terra em dois hemisférios: o norte e o sul. É outro lugar privilegiado, de natureza intacta.
Em seguida, chegamos ao Parque Natural Obô. São Tomé e Príncipe é um país que guarda na sua floresta a maior farmácia natural do continente africano. Metade de toda vegetação é usada pela população como remédio.
Francisco da Graça Alamô é técnico em agricultura e também o guardião dessas matas virgens. “Obô para nós significa uma floresta primária, em que o homem não tocou ainda”, explica.
São quase 200 quilômetros quadrados de extensão. É impossível saber quantas espécies de folhas, troncos e raízes existem nesse local com poder de cura. O parque é montanhoso. Nossa meta é chegar ao topo: a 1,5 mil metros de altura. E o caminho até ele só pode ser a pé e compensa o esforço.
A rosa porcelana é símbolo nacional. O papagaio cinzento é exclusivo dessas terras africanas. Nosso guia nos mostra o figo obata, uma árvore gigante que estrangula e se alimenta de outra árvore. Aos poucos, ela vai abraçando, retirando os nutrientes e matando sua vítima.
Mais à frente, nosso guia faz questão de apontar um dos orgulhos do lugar. A terra da esperança é um grande canteiro de hortaliças e legumes cultivados sem nenhum agrotóxico.
É mesmo uma floresta mágica. São surpreendentes os desenhos que os raios de luz vão fazendo no nosso caminho. O pau de quina é usado contra a malária.
O burdão de macaco ou cana de macaco é usado pelos nativos há mais 500 anos para as dores musculares. E mais: é digestivo e mata a sede dos aventureiros.
Manter toda essa riqueza resguardada é prioridade, mas existe um grande desafio: como mudar um hábito mais que centenário da população, condenado em todo o planeta?
Das sete espécies de tartarugas marinhas que existem no mundo, quatro nascem em São Tomé e Príncipe. Terra africana que mantém inabalável uma tradição de se alimentar de ovos e de carne de tartarugas.
As palaêis, como são chamadas as mulheres que vendem a carne de tartaruga, não aceitam ser filmadas. Por isso, usamos uma câmera bem discreta.
O comércio é lucrativo: de 30 a 50 quilos da carne de tartaruga podem render até R$ 700 por dia. Felizmente, a espécie também tem seus defensores. Um grupo de ambientalistas de São Tomé cuidou dos ovos e, 54 dias depois, os filhotes ganharam o mar.
“Eu me sinto muito satisfeito a vê-las assim, porque o trabalho foi perfeito e vi que não nos esforçamos em vão, estamos aqui com o resultado, com a saída e a libertação desses filhotes”, afirma o biólogo marinho Elisio Neto Espírito Santo.
Uma antiga lenda africana conta que, pelo menos uma vez na vida, essas tartarugas retornam ao lugar onde nasceram para procriar e os biólogos confirmam. Assim, daqui a 20 ou 30 anos, uma das praias de São Tomé certamente será a maternidade da geração que escapou daquelas bancas do mercado.
Beatriz Thielmann
São Tomé, África
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