Os cientistas tentam explicar o alto número de mortes de animais.
Um mistério está mobilizando biólogos e ambientalistas brasileiros: o que está matando tantas baleias jubarte na costa do país este ano? A reportagem é de André Junqueira e Roberto Pratti.
Os pesquisadores seguem para alto mar. É lá que procuram as explicações para o grande número de baleias encalhadas e mortas nas praias brasileiras este ano, principalmente no Espírito Santo e na Bahia. “A gente está acostumado com um número médio de 37, 40 encalhes. Este ano, já estamos com mais que o dobro. Estamos com 90 encalhes”, afirma o pesquisador Milton Marcondes, do Instituto Baleia Jubarte.
O caso mais recente foi registrado na Região dos Lagos do Rio de Janeiro. Desde segunda-feira (25), bombeiros e voluntários tentam salvar uma baleia jubarte adulta que encalhou na Praia de Geribá.
Os biólogos estão ainda mais intrigados, porque muitas das baleias mortas na praia não estavam desnutridas e também não apresentavam marcas de redes ou lesões que indicassem a colisão com navios, por exemplo.
Para chegar perto das respostas, o pesquisador tem muito trabalho. É preciso examinar detalhes. No barco, tão perto das baleias, aparece a oportunidade de coletar material para análise em laboratório. Nessa hora, é muito importante ter uma boa pontaria. Na ponta da flecha, pode aparecer uma informação importante. “Com esse tipo de ponteira, nós conseguimos coletar pele e gordura. Podemos ver se o animal tem alguma doença, alguma bactéria, algum vírus", declara o pesquisador Eduardo Camargo, do Instituto Baleia Jubarte.
No barco de pesquisa, tudo é registrado: a posição geográfica das baleias, as manchas na pele, o comportamento de cada grupo. A pesquisa acompanha cada detalhe.
Há registro de mortes de baleia acima da média também na Argentina e na Austrália. “Estamos trocando informações, tentando ver se essas mortalidades têm alguma causa em comum ou se são fatores independentes que estão acontecendo na Austrália, na Argentina e Brasil”, aponta pesquisador.
O esforço é de preservação. E, se tem espetáculo, a platéia é garantida.
A operação de resgate da baleia em Búzios foi suspensa no início da noite. O animal continua encalhado.
O mistério mobiliza biólogos e ambientalistas. O caso mais recente foi em Búzios, no Rio de Janeiro. Desde segunda-feira (25), bombeiros e voluntários tentam salvar uma baleia encalhada na praia.
A baleia jubarte que estava encalhada na praia de Geribá, em Búzios, no Rio de Janeiro, morreu na madrugada desta quarta-feira. Com doze metros e vinte toneladas, ela estava no local desde segunda-feira. Na terça, uma tentativa de retirar o animal da praia fracassou, apesar da ajuda de um navio rebocador. O barco não conseguiu se aproximar da baleia por causa do relevo acidentado da praia. Os profissionais envolvidos no resgate tiveram que amarrar uma corda ao cabo usado para puxar a baleia. A corda não aguentou o peso da jubarte e se rompeu.
Uma nova tentativa de resgate seria realizada nesta quarta, mas a jubarte não sobreviveu. Em meio às tentativas, bombeiros, biólogos e dezenas de voluntários se revezavam para cuidar da baleia. Eles mantinham o animal molhado com ajuda de mangueiras e grandes pedaços de pano. As baleias jubarte empreendem a cada ano uma viagem da Antártida rumo à costa brasileira em busca de águas quentes e rasas para acasalar e dar luz a filhotes. Elas começam a chegar em julho e permanecem até novembro. A jubarte de Búzios, provavelmente, estaria em sua jornada de volta ao continente gelado, mas ainda não se sabe o motivo de ter encalhado.
“Ainda estamos tentando descobrir porque o número de encalhes está tão alto este ano”, disse Milton Marcondes, veterinário e diretor de pesquisa do Instituto Baleia Jubarte. O ano de 2010 já bateu um recorde de encalhes de baleias jubarte na costa brasileira. Contando a que morreu nesta quarta, foram foram 90 até agora. Os cientistas buscam explicações para esse número tão elevado. Acesse o infográfico abaixo para saber mais sobre os encalhes de 2010 e descobrir por que é tão difícil resgatar uma baleia encalhada numa praia.
DA REDAÇÃO - TV GAZETA
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