Cavalo Przewalski fatos:
O Dragão Dourado não navega em águas calmas. A China moderna dá até vertigem. São avenidas enormes, prédios gigantescos e luzes que atordoam. A China é o país que mais vem se transformando no mundo, sem medo do que vem pela frente. Em um piscar de olhos, bairros sossegados ganham cara nova e viram atração para estrangeiros.
A onda de mudanças avança rapidamente para o interior. Novos prédios não param de alterar os limites de cidades que antes eram chamadas de pequenas. Ainda há 700 milhões de chineses no campo, mas, nos últimos 30 anos, a população urbana mais do que triplicou. Andando pelsa cidades, parece que não sobra espaço para mais ninguém. Mas esse país gigante tem sempre uma surpresa.
Na China, você também pode caminhar quilômetros sem encontrar uma única pessoa. A região chamada de Mongólia interior é uma das menos povoadas do país. Nela, vive um povo que já dominou boa parte do mundo. Os herdeiros de Genghis Khan são os donos dos imensos campos.
Os mongóis são um povo guerreiro, acostumado a usar a força. Eles vivem na região autônoma no norte da China, vizinha do país chamado Mongólia. É o mesmo povo, separado apenas pela fronteira. Foi nessas terras que nasceu o mito dos poderosos cavaleiros que derrubavam inimigos sem piedade.
Sete séculos depois, os mongóis que vivem na China, à primeira vista, não parecem tão bárbaros. A fita azul que eles colocam no nosso pescoço é um sinal de que somos bem-vindos. Beber um tipo de vodka também faz parte do ritual. É a primeira dose de muitas que vão nos oferecer.
Os mongóis são gentis, mas não vamos esquecer que eles são conhecidos como um povo bárbaro e, logo, mostram que ainda existem costumes antigos que não deixaram para trás.
Outra maneira de dar boas-vindas é realizando um ritual em que eles matam uma ovelha. Nós dissemos que não tinha necessidade de cumprir essa parte do ritual, mas eles não abrem mão e disseram que têm que fazer.
O típico chá dos mongóis é um chá salgado feito com leite.
Uma tradição mongol é agradar o visitante com muita comida. A toda hora, chega um prato diferente e mais uma garrafa de bebida. O jantar até que começa leve, com algumas verduras e legumes, mas chega o prato principal: o carneiro que vimos sendo morto. Ele foi cozido e virou uma gordura que deixa um cheiro forte no ar.
A noite vai passando e o ambiente vai ficando mais festivo. O líder do clã que parecia muito sério, agora já é outro e até sorri. O chefe puxa um brinde atrás do outro, e logo percebemos que para eles, quanto mais você bebe, mais amigo você é.
Ainda não é inverno no norte da China, mas o dia já amanhece gelado. O sol que aparece no céu azul é só para enganar, porque venta forte. Nesses campos, chamados de estepe, o clima é frio e seco.
A vegetação rasteira é boa para o pasto, e os rebanhos se espalham pela terra dos mongóis. Na região, não se planta nada. A criação de animais, principalmente de ovelhas, garante a sobrevivência das famílias.
Domar cavalos é outra tradição desse povo, prova do vigor físico que vem dos tempos de guerra. São quatro homens contra um único animal. O cavalo selvagem da Mongólia é famoso pelo pequeno tamanho e a força enorme. Hoje, ele é uma espécie em extinção e não vive mais livre na natureza.
Para os mongóis, em tempo de modernidade, é fundamental preservar a cultura deles. Por isso, eles costumam se reunir para relembrar a sua história através de música, dança e lutas.
As lutas são um duelo que não exige apenas músculos. Na luta livre mongol, mais do que tudo é preciso ter paciência, estudar bem o adversário e saber o momento de atacar. Os lutadores podem ficar longos minutos esperando a hora para dar o golpe final. Lutar é uma honra para os homens, um símbolo de força, como dançar é um símbolo da graça e da delicadeza das mulheres.
Nos festivais que celebram as conquistas do passado, eles dançam, cantam e tocam o khuur morin. As duas cordas desse violino são feitas com a crina do cavalo selvagem. Mais de 100 fios entrelaçados cuidadosamente parecem unir duas paixões do povo mongol: a música e os cavalos.
Fonte: Globo Repórter
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