RIO - Ironia das ironias, a tirar o sono de biólogos e especialistas em conservação. Atualmente, uma grande ameaça à sobrevivência do mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia) é o mico-leão-de-cara-dourada (Leontopithecus chrysomelas). Enquanto a área de ocorrência do primeiro é o Norte Fluminense, o segundo vive no Sul da Bahia e, em escala bem menor, no Nordeste de Minas. Ou seja, eles nunca deveriam se encontrar. Mas não se sabe bem como nem quando um grupo de micos-leões-de-cara-dourada chegou a Niterói e, por lá, se multiplicou. Já são 107 indivíduos, segundo a última contagem oficial, e eles estão a menos de 100 km da área do mico-leão-dourado, o mais ameaçado dos micos.
- É uma história muito estranha, que não poderia nunca estar acontecendo - afirma o diretor do Programa Mata Atlântica da ONG Conservação Internacional, Luiz Paulo Pinto. - Mas se trata de um grupo grande. Ele preocupa tanto o Instituto Chico Mendes quanto várias organizações porque está muito próximo da área do mico-leão-dourado, que é uma outra espécie.
Os dois micos são catalogados oficialmente como ameaçados de extinção. Mas enquanto existem pelo menos 6 mil indivíduos do mico-leão-de-cara-dourada na natureza, o número de micos-leões-dourados não passa de 1,2 mil. Especialistas em conservação dizem que o mínimo ideal seria de 2 mil.
- A situação do mico-leão-dou$é muito crítica - afirma Pinto. - Com esse número restrito de indivíduos, se acontecer uma doença, por exemplo, boa parte da população seria dizimada. A única coisa que ameniza um pouco a sua situação é que grande parte deles está em área de conservação, o que garante maior proteção. Mas, mesmo assim, é muito preocupante.
Caso os micos-leões-de-cara-dourada atravessem os cerca de 100km que os separam dos parentes, localizados basicamente em Silva Jardim e Casemiro de Abreu, o número pode cair ainda mais. É que os animais estariam competindo pelo mesmo tipo de alimento. [Roberta Jansen - O Globo]
Mico Leão de Cara Dourada
Nome em inglês: Golden Faced lion tamarin
Ordem: Primata.
Família: Callithricidae.
Habitat: Sul da Bahia e Norte do Espírito Santo
Distribuição geográfica: Brasil. Vivem em estado selvagem apenas nos restos de mata que sobraram no sul da Bahia.
Tamanho: cerca de 17 a 50 cm e a cauda, de 23 a 39 centímetro.
Peso: O peso varia de 210 a 590 gramas.
Pelagem: A pelagem é longa e macia. É significativamente preto com a cabeça, nádegas, superfície mais alta da cauda, antebraço, mãos e pés dourados.
Longevidade: 15 anos
Maturidade: Fêmea- 18 meses, Macho- 24 meses
Época reprodutiva: Setembro a março
Gestação: 125 a 132 dias
Nº de filhotes: 1 a 3. O filhote quando nasce é assistido tanto pela mãe quanto pelo pai.
Peso filhote: 60 g
Alimentação: Pequenos animais, insetos, frutas e ovos de pássaros.
Curiosidades: Geralmente viaja em pequenos grupos.
Hábitos: Pula de árvore em árvore com muita agilidade. Se abriga em ocos de árvores e em rochas.
Ameaça de Extinção: Devido às capturas ilegais para a venda a comerciantes inescrupulosos e, ao intenso desmatamento no seu habitat, este pequeno macaco está gravemente ameaçado de completa extinção.
Fonte: www.saudeanimal.com.br
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